Em um movimento histórico, o Congresso Nacional está prestes a ganhar uma Frente Parlamentar da medicina veterinária. O anuncio foi feito nesta quinta-feira (5), durante 2ª Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs, em Brasília, e é resultado do esforço conjunto do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), por meio da Comissão de Assuntos Institucionais para a valorização da profissão no Legislativo.
A data escolhida para o anuncio, coincidentemente o Dia Mundial do Meio Ambiente, destaca a contribuição do médico veterinário na promoção da Saúde Única, que integra saúde animal, humana, ambiental e vegetal.
Ana Elisa Almeida, presidente do CFMV, celebrou o marco histórico e destacou a importância da nova frente para o fortalecimento da profissão. “Anunciar a criação histórica da Frente Parlamentar da Medicina Veterinária não é apenas um gesto simbólico – é um movimento estratégico e necessário. Essa frente será fundamental para que possamos avançar em temas cruciais, como a proibição do ensino semipresencial na graduação, a implementação do exame de proficiência, a criminalização do exercício ilegal da profissão, a formulação de políticas públicas para o bem-estar animal, a garantia do piso salarial e a valorização dos profissionais. É um marco que reforça nosso compromisso com a sociedade e com o futuro da Medicina Veterinária no Brasil”, afirmou a presidente.
Prioridades da Frente Parlamentar da Medicina Veterinária
O deputado federal Bruno Ganem, que será o coordenador da Frente Parlamentar da Medicina Veterinária, ressaltou a grande mobilização que envolveu essa iniciativa. “Para criar uma frente parlamentar, são necessárias 198 assinaturas no Congresso. Nós conseguimos o apoio de 205 parlamentares, o que demonstra a credibilidade e a urgência das pautas que defendemos. E mais: não é uma frente exclusiva da Câmara dos Deputados. Tivemos também o apoio de senadores, o que torna a atuação ainda mais robusta e eficaz”, comentou.
Ganem enfatizou ainda a importância da atuação estratégica da frente no processo legislativo. “A diferença entre agir como deputado ou como coordenador de uma frente é a credibilidade institucional. Uma audiência com um ministro, por exemplo, tem um peso completamente diferente quando o pedido parte de uma frente parlamentar. Isso abre portas e dá mais força às nossas demandas”, assegurou o deputado.
Entre as prioridades estarão o combate ao ensino semipresencial e à precarização da formação profissional. “Se você perguntar a qualquer cidadão que ama seu pet, por exemplo, ninguém vai querer que o profissional que o atende tenha se formado à distância, sem prática adequada. A formação de qualidade é um direito da sociedade. Assim como ocorre na medicina humana, precisamos garantir ao médico veterinário prerrogativas compatíveis com a importância do seu trabalho”, reforça.
O parlamentar encerrou com uma reflexão sobre a evolução das políticas públicas e o papel da sociedade: “A sociedade está mudando, e ela exige isso – e em uma democracia, quem manda é a sociedade. A Medicina Veterinária precisa avançar com a mesma velocidade com que a população exige respeito e cuidado com os animais. E a frente parlamentar vai nos ajudar a acelerar esse processo”, definiu.
Fonte: https://panoramapetvet.com.br/congresso-tera-frente-parlamentar-da-medicina-veterinaria/